quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Bom dia moça... que o amor esteja sempre a abrir os teus caminhos.
Hoje tenho um motivo especial para estar aqui. Quero que você escreva um pouco sobre nós, as Pomba Giras... tão mal interpretadas e sempre tão requisitadas em trabalhos relacionados ao amor...Ou falsos "amores".
Diariamente tentamos ajudar humanos que se dizem sem forças porque foram traídos, abandonados e esgotados, que perderam seu amor, perderam seu rumo e estímulo e se perdem em abismos por viverem em função de sentimentos egoístas e vaidosos, quando o difícil é fazê-los perceber que este falso amor nunca lhes pertenceu, e sim o amor próprio que mora em cada um de nós, esse sim soma com outros amores, o que nos dá a sensação de termos encontrado um grande e único amor, o que realmente são, tão individuais como cada ser e sua natureza.
Nós, Pomba Giras, somos o verdadeiro e puro estímulo, onde atuamos na capacidade da mulher se auto sustentar, se auto afirmar em suas forças e belezas, estimulamos todos os sentidos obscuros que existe dentro de uma mulher e de um homem para que eles possam seguir suas caminhadas em busca de sonhos e ideais, ou pensas que só vocês mulheres precisam de estímulos?
Estimulamos todos os sentidos que façam com que humanos enxerguem e coloquem em práticas todas as virtudes existentes em sua natureza.
Por muito tempo fomos comparadas com mulheres de vida fácil, liberais, quando o incômodo está em nosso magnetismo de encantar, de conquistar e estimular todos os sentidos da vida, com uma gargalhada, com uma dança, com uma lição de amor... Mas não se encantes com tantos encantos. Sabemos e somos donas do sentido estimulador e podemos paralizá-lo quan assim for necessário e de belas e encantadoras mulheres, passamos a valentes guerreiras e guardiãs de nossos protegidos, ou quem possa vir a nos evocar na Lei Divina da Luz.
Se quiserem nos humanizar, tenham nós como as guerreiras, como as mulheres de frente que sempre se destacaram e lutaram por seus ideais, tenham a certeza de que estivemos a ampará-las, apenas para ativar seus sentidos e protegê-las para que pudessem realizar suas missões, única e exclusiva de desabrochar e chamar atenção de mulheres que já haviam se esquecido do que existe dentro de cada uma, seus sonhos e ideais, já as mulheres de vida fácil como dizem parecermos, essas sim são carentes de amor próprio, movidas por falsas ilusões e falsos amores, esse motivo maior de sermos procuradas e tão mais perto da realidade presente hoje entre vocês humanos.
Porque citar essas duas classes de mulheres que por tempo viraram uma e que são de um magnetismo contrário?
Porque são guerreira em descobrir sua própria natureza e não de querer descobrir a do próximo, são felizes com o que tem e o que são e isso se chama amor próprio.
Quando citamos as que vocês classificam de mulheres da vida fácil, é porque buscam incansavelmente por um amor fora de si. E o que buscamos, é fazer com que vocês possam enxergar que o amor não se busca em outros corpos, não se busca em grandes empregos ou em grandes amizades, tudo se soma para fazer do amor próprio ainda mais belo e fortificado, mas não traz e nem cria ele, nunca poderão ter um grande amor, enquanto não aprenderem a se amar, não serão bem sucedidos em grandes ou pequenos empregos enquanto não amarem o que fazem, vivam a amar o que fazem, o que buscam e o que são, vivam intensamente e atrairão o próprio magnetismo puro do amor até vocês e entenderão ou começarão a entender as mensagens que nós Pomba Giras buscamos passar...
Para nos evocar basta perceber e buscar o amor que mora dentro de si e para perceber o que sou e onde estou, basta olhar para as estrelas, verá sua luz e beleza, todo seu encanto e delicadeza, mas perceberá que ao seu lado mora um grande escuro imponente, basta observar uma rosa, seu cheiro, textura e encanto, mas não se esqueça, que se muito dela querer, desta linda flor se machucará com seu próprio espinho...

Salve tu moça!
Salve o Amor e a Lei!
Salve a Magia!


Por Thais Martins

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A Vitória!!!!!


Guilherme estava indo para o centro umbandista que freqüentava há pouco mais de seis meses e onde ocorreria, naquela noite, uma gira de preto-velho em que ele teria a gratificante oportunidade de cambonar mais uma vez a Pai Guiné do Congo.
Guilherme era um jovem universitário que procurava desenvolver as atividades do centro com a maior boa-vontade possível.
Auxiliava àqueles que eram atendidos pelo preto-velho e sempre, após o último atendimento, Pai Guiné solicitava ao jovem que sentasse a sua frente para trocarem alguns “dedos de prosa”. Eram nestes momentos que Guilherme mostrava à entidade o sentimento e a idéia de que ser umbandista é ser sempre um vitorioso, como podemos observar no diálogo que se segue:
— Salve Zambi, menino Guilherme! Como vai suncê?
— Salve Deus, Pai Guiné!!! Melhor do que estou seria impossível!!!
— E, por que, zifio?
— Desde que entrei na umbanda só conheci vitórias: minhas notas melhoraram, parei de farrear e encontrei uma menina incrível pra namorar que é médium da corrente deste terreiro.
— Olha zifio, Nêgo fica feliz com sua alegria no desabrochar de sua descoberta de qual é a real felicidade de ser umbandista.
— Olha meu pai-velho, para mim, ser umbandista é ser vitorioso sempre e, se Deus quiser, eu vou vencer ainda mais nesta vida!!!
— Zifio, de fato, ser umbandista é ser vitorioso sempre, desde que se saiba o que é vitória!
— Como?
— O que é vitória pra suncê, meu filho?
— Para mim vitória é vencer, alcançar aquilo que se quer!!!
— Suncê inté que ta certo, mas como se vai saber se aquilo que suncês quer, é aquilo que vai fazer suncês vencer???
— Não entendi!!!
— A sabedoria meu menino!!! É ela o instrumento com que Deus dotou cada ser humano afim de que ele, ao exercê-la, seja sempre um vitorioso em qualquer situação que enfrente na vida.
— Ainda não consegui entender, Pai Guiné!!! O senhor está meio enigmático hoje!!!
— Num se preocupe não zifio, pois nas forças de zambi no tempo certo suncê há de entender!!! Agora Nêgo deve dizer que tá muito ditoso com o namoro entre suncê e a “cavalinha” Gabrielle!
— Mesmo?
— Sim meu fio, pois ela é uma fia tão formosa que é capaz de fazer os zifios crescer moralmente só pelo fato de estarem juntos dela e aprenderem com seus exemplos práticos de amor, bondade e caridade!!!
— Para mim ela é quase uma santa!!!
— É por que suncê só tá vendo ela, nestes três meses de relacionamento, com os olhos do amor, mas em breve o tempo o fará vê-la como é: imperfeita, mas portadora de virtudes morais e edificantes!!!
— Se o senhor diz, eu acredito, mas será que eu poderia tocar em um outro assunto?
— Fique a vontade zifio!!!”
— É que eu gostaria de uma ajuda para alcançar mais uma vitória através da umbanda!
— Qual ajuda?
— É que eu estou muito interessado em uma vaga de estágio numa grande firma de advocacia!
— Vamos ver né zifio, pois só Zambi Nosso Pai é que pode todas as coisas!!!
Guilherme continuou cambonando a entidade e três semanas após o diálogo em questão podemos vê-lo travar uma nova conversa com Pai Guiné do Congo:
—Puxa vovô, eu estou muito feliz por ter obtido minha vitória!!!
— Conseguiu a vaga zifio?
— Graças a Deus, alcancei minha vitória!!!
— Peça sempre sabedoria a Zambi para que esta vitória não seja uma derrota na sua vida!
— Pode deixar vovô, pode deixar!!!
Um ano após esta conversa, encontraremos Guilherme a ter uma nova conversa com o preto-velho:
— Pai Guiné, continuo vencendo na umbanda, alcancei nova vitória!!!
— Como assim, zifio?
— Comprei um carro usado, mas que está tão bonito e ajeitado que parece novo, agora a vida vai ficar mais fácil com esta minha conquista!
— Zifio, peça sempre sabedoria a Zambi para que esta vitória não seja uma derrota na sua vida!!!
— Pode deixar vovô, pode deixar!!!
Três meses após esta prosa lá estava o jovem guilherme em mais um “bate-papo” com Pai Guiné:
— Vovô, é capaz até de o senhor ficar triste, mas eu consegui vencer de novo por meio da umbanda!!! Terminei com a Gabrielle e estou namorando com uma menina da minha turma na faculdade e que me entende melhor; o nome dela é Valquíria.
— Zifio, peça sempre sabedoria a Zambi para que essa vitória não seja uma derrota na sua vida!!!
— Pode deixar vovô, pode deixar!!!
Quatro meses depois Guilherme, abatido, estava novamente a dialogar com o pai-velho:
— Pai Guiné, tive minha primeira derrota desde que sou umbandista!
— Conta pra Nêgo o que aconteceu, meu menino!!!
— Olha, sem eu dar motivo algum, fui dispensado do meu estágio!!!
— Zifio, peça a Zambi nosso pai que faça você ver a vitória que esta derrota é na sua vida!!!
— Como?
— O umbandista é sempre vitorioso zifio!!! Lembra quando nóis conversou sobre isso?
— Lembro sim vovô! Pode deixar que eu vou fazer isto vovô, pode deixar!!!
Três semanas após, Guilherme está outra vez em frente a Pai Guiné a dizer-lhe:
— Pai Guiné, apesar das minhas rogativas a Deus o meu pai desenvolveu uma grave doença e não tem muitas chances de cura!!!
— E na visão de suncê isto é uma vitória ou uma derrota?
Guilherme pensou profundamente antes de responder a entidade, mas só conseguiu dizer:
— Desculpa Pai Guiné, mas para mim é uma derrota!
— Num precisa se desculpar zifio, Nêgo gostou da sinceridade!!! Mas peça a Zambi nosso pai que faça você ver a vitória que esta derrota é na sua vida!!!
— Eu vou fazer!!! Pode deixar vovô, pode deixar!!!
Cinco meses depois Guilherme está de frente a Pai Guiné para ter com ele aquela que, na opinião do jovem, seria a última conversa que teria com a entidade:
— Vovô, graças a Deus, o meu pai já está praticamente curado, mas é que eu acabo de sofrer a maior derrota da minha vida e vim até aqui comunicar ao senhor que vou pedir desligamento do terreiro hoje!!!
Guilherme chorava muito e o pranto era copioso. Pai guiné estalava os dedos enquanto aguardava as emoções do seu pupilo serenarem. Poucos minutos depois a entidade retomou o diálogo:
— Suncê pode dizer pra Nêgo que derrota foi essa meu fio?
— Para que vovô? Para o senhor dizer que a minha derrota é vitória?
— Se o zifio tá zangado e for pra aliviar a dor do seu coração, suncê ta autorizado a fazer malcriação com Nêgo até ficar aliviado, mas depois que suncê tiver falado tudo; Nêgo vai pedir silêncio para que suncê possa escutar tudo o que ele tem a dizer, tudo bem?
— Desculpe Pai Guiné, o senhor pode falar agora que eu escutarei!!!
— Suncê tem certeza?
— Sim senhor!!!
— Então Nêgo vai conversar com suncê, meu menino!!! O zifio tá zangado por que a “rabo-de-saia” Valquiria, vendo que não tinha mais o que sugar de suncê, terminou o namoro, não é?
Boquiaberto, Guilherme respondeu:
— Sim senhor!
— Suncê num tem mais o carro porque teve que vender para ajudar no tratamento do seu pai, não tem mais dinheiro por que está sem emprego; e sem carro e sem dinheiro ela não te quis mais, não é verdade?
— Sim senhor!
— E isto foi uma derrota ou uma vitória em sua vida?
— Agora com o senhor falando assim deste jeito eu, sinceramente, não sei!!!
— Então vamos começar do inicio, certo???
— Certo!
— Um tempo atrás suncê procurou Nêgo pra dizer que tinha conseguido uma vitória que Nêgo sentia que poderia ser uma derrota em sua vida, lembra???
— A vaga de estágio na firma conceituada de advocacia?
— Exatamente!!! Esta vitória não deveria, mas foi uma derrota na sua vida pelo que o motivou prioritariamente a alcançá-la!!!
— Como?
— Comprar um carro, não era o que suncê mais queria?
— Mas isso é ruim?
— Depende do que motiva prioritariamente uma pessoa a adquirir um carro, o que nos leva a segunda vitória que não deveria, mas foi uma derrota em sua vida!!!
— Como?
— Não foi o desejo ardente de impressionar Valquiria e tê-la apenas para si que o motivou prioritariamente a comprar o carro?
— Sim, mas isto é ruim???
— Zifio, isso levou suncê a terceira vitória que não deveria, mas foi uma derrota em sua vida!
— Como assim?
— O desejo de impressionar e ter para si uma mulher de beleza rara e extasiante foi o que fez você abrir mão do relacionamento com a fia Gabrielle, certo?
Boquiaberto, novamente, Guilherme respondeu:
— Sim senhor!
— Suncê abandonou uma fia que só fazia compartilhar para ficar com outra que só queria tudo pra si, isso foi derrota ou vitória?
— Meu Deus!!! Foi por isso que fui mandado embora do estágio: por estar fazendo tudo errado!!! Por isso eu tive minha primeira derrota!!!
— Menino Guilherme, aquilo que suncê chama de primeira derrota foi, na realidade, sua primeira vitória!
— Mas, por quê?
— Por que você estar desempregado proporcionou-lhe a oportunidade de assistir melhor e por mais tempo ao seu pai na ocasião do adoecimento dele!
— Meu Deus!!! Olhando por este lado eu vejo que o senhor tem razão!!!
— E, quando seu pai adoeceu, aconteceu aquilo que suncê chamou de segunda derrota, mas que foi, na verdade, sua segunda vitória.
— Vitória? A doença do meu pai foi vitória?
— Não, mas proporcionou-lhe uma sensibilização na sua vida que o ajudou a sentir e pensar a vida e o amor de uma forma moralmente mais elevada, ou não é verdade que você quase terminou o relacionamento com a Valquiria por três vezes, devido ao excesso de materialismo por parte dela?
— É verdade vovô, é verdade!!!!
— Suncê foi intuído por seus mentores para terminar o relacionamento com ela, mas como a beleza e o envolvimento carnal foram maiores que o seu bom senso, eis que suncê obteve a sua terceira vitória que foi o término da relação só que por iniciativa dela; e logo agora que suncê tá tão perto de conseguir uma vitória crucial pra sua evolução, suncê pensa em largar a sua fé? Nêgo num entende!!!!
— Vitória? Vitória sobre o que? Sobre o desemprego? Sobre o desamor?
— Não meu menino, nas forças de Zambi, há de ser uma vitória sobre suncê mesmo: sobre suas más tendências, sobre a ilusão da matéria e sobre sua ignorância acerca da beleza do espírito. Vitória não é só conseguir o que se deseja, pois se suncê pedir a Zambi e desenvolver a sabedoria, suncê verá a real vitória em todas as situações de sua vida: até mesmo nas derrotas aparentes, suncê entende meu fio?
— Estou entendendo vovô!!!
— Sem sabedoria vencer é só alcançar aquilo que suncês quer, já com sabedoria vencer é encarar as dificuldades da vida como oportunidades sagradas de Deus para a evolução de suncês, pois se isto for alcançado a vitória é certeira, mesmo que aos olhos do mundo seja a mais flagrante derrota, suncê entende?
— Estou entendendo, sim senhor!!!
— Por isso o verdadeiro umbandista vence sempre: por que pede sempre a Zambi que o faça enxergar todas as situações da vida com a visão espiritual da sabedoria!
— É verdade vovô!!!
— Neste mundo tão materializado e ilusório somente o olhar da sabedoria espiritual pode vislumbrar os caminhos que levam suncês a real vitória que, por sua vez, não é aquela sobre o próximo ou sobre a carne, mas sobre suncês mesmos, suncê entende meu menino?
— Sim senhor!!!
— Suncê ainda quer sair do terreiro pelo que lhe parece uma derrota? Ou quer continuar na sua fé aprendendo, a cada gira, a enxergar os fatos com a visão espiritual através dos “óculos” que vem da sabedoria infinita de Zambi nosso pai?
E com o coração e a mente transformados pela misericórdia de Deus foi que Guilherme respondeu:
— Eu fico com Deus, fico com o senhor, fico com Jesus, fico com os orixás, fico com a Umbanda e tudo com muita felicidade!!!!!
E talvez para trazer um pouquinho mais de paz para o coração de Guilherme, foi que Pai Guiné do Congo lhe disse:
— Vamos aprender a vencer sempre?
— Vamos, mas como?
— Fazendo aquilo que Nêgo explicou pra suncê: pedindo a Zambi nosso pai o desenvolvimento da sabedoria!
— Mas como é que se faz isso?
— Tem um jeito muito simples, que foi ensinado pelo próprio mestre Jesus!
— É uma prece?
— É!
— O senhor me ensina?
— A prece fio já conhece, agora o fio deve começar a fazê-la direcionando-a não mais apenas pela memória, mas pelo pensar e pelo coração. Suncê ta pronto?
— Sim senhor!!!
— Então vamos: feche os olhos, relaxe o corpo, esvazie sua mente, concentre-se nas batidas de seu coração e chame Deus para junto de si conectando-se a Ele através da seguinte prece:

“ Pai nosso que estais no céu,
santificado seja Vosso nome,
venha a nós o vosso reino,
seja feita a Vossa vontade,
assim na terra como nos céus….”

Fonte:
Texto escrito por Pedro Rangel.

sábado, 4 de julho de 2009

O Catador de Estrelas


Certa vez, um escritor que morava numa praia tranquila, passeava de manhã a beira mar, quando avistou um vulto que parecia dançar.


Quando chegou perto, viu que era um jovem pegando estrelas-do-mar, uma por uma, e jogando novamente ao mar.


O escritor se aproximou e perguntou:


- Porque faz isso?


E o jovem respondeu:


-Você não vê? A maré está baixa e o sol está brilhando. Se ficarem aqui na areia, elas vão secar ao sol e morrer.


- Meu jovem, existem milhares de quilometros de praia por esse mundo afora, e centenas de milhares de estrelas-do-mar. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta; a maioria vai perecer de qualquer forma.


O jovem pegou então, mais uma estrela na areia, jogou de volta ao mar, olhou para o escritor e disse:


- Para essa, eu fiz a diferença.


Naquela noite o escritor não conseguiu dormir. De manhã foi para a praia.


Reuniu-se ao jovem e juntos começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.




Espero que você queira fazer deste planeta, um lugar melhor para se viver. Assim sendo, sempre que possível, faça você também a DIFERENÇA!!!!!!!!!

Pegadas na Areia


Uma noite eu tive um sonho...

Sonhei que estava andando na praia com o Senhor, e através do céu, passavam cenas da minha vida.

Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares de pegadas na areia: um era o meu e o outro era do Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás, e notei que muitas vezes, no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.

Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e angustiosos do meu viver. Isso me aborreceu e perguntei então ao Senhor:

- Senhor, tu me disseste que, uma vez que resolvi te seguir, tu andarias sempre comigo. Contudo, notei que durante as maiores atribulações do meu viver, havia apenas um par de pegadas na areia. Não compreendo por que nas horas em que eu mais necessitava de ti, tu me deixaste sozinho.

O Senhor me respondeu:

- Meu querido filho.Jamais eu te deixaria nas horas da prova e do sofrimento. Quando viste, na areia, apenas um par de pegadas, eram as minhas. Foi exatamente aí que eu te carreguei nos braços.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Trabalho de um Guardião


— Firma o seu pensamento cabra porque esta noite o “pau vai quebrar”!
Tal foi a determinação que escutei mentalmente instantes antes de dormir. Nem pensei duas vezes e obedeci, mas devo confessar que me assustei mesmo assim quando despertei e me vi no meio de uma região de mata onde estava acesa uma enorme fogueira; junto de mim havia vinte e cinco médiuns que percebi serem encarnados pela presença de um cordão de prata junto a cada um deles.
No comando de todos nós havia um espírito que eu intuitivamente tinha a convicção de ser um Exu. Foi ele, inclusive, quem determinou que déssemos as mãos em torno da fogueira e formássemos uma roda para, posteriormente, nos falar nestes termos:
— Camaradas, nós todos estamos presentes em uma região de mata do plano físico e em volta de uma fogueira também acesa no mesmo plano. É vital que todos vos, de olhos abertos, firmem suas visões nestas chamas e peçam a Deus a vossa entronização com a energia ígnea.
Enquanto o exu passava as determinações eu estava desesperadamente tentando entender quem, àquela hora da noite, ateara aquelas chamas no plano físico, mas ele enquanto falava dentro da roda veio caminhando em minha direção e resolveu parar diante de mim para dizer:
— Não importa quem acendeu a fogueira, o importante é que ela está acesa assim como também não importa como vocês vieram parar aqui, pois o importante é que vocês aqui estão.
O Exu dissera estas últimas palavras enquanto olhava para todos, mas fiquei desconcertado por sentir que ele falava para mim. Ele, então, continuou:
— Muitos precisam ver para crer, outros vêem e julgam inacreditável. Muitos se julgam aptos sem a devida preparação enquanto outros se julgam despreparados apesar de estarem aptos. E todos estes exemplos que estou lhes passando representam de uma forma ou de outra, o caso de cada um de vocês aqui presentes.
Devo confessar que não estava entendendo precisamente o que o Exu estava querendo dizer, mas ele continuou:
— O Divino Criador, cuja soberana vontade se faz presente em todas as coisas também faz com que nenhuma folha caia da árvore se não for da justa e sábia vontade Dele e é por isso que vos falo que todos que aqui estão aqui se encontram por estarem preparados e não por serem perfeitos, vocês entendem?
Todos nós balançamos a cabeça afirmativamente e o guardião continuou:
— Assim vos falo porque não quero nenhum cabra deslumbrado com a tarefa de hoje, assim como também não quero ninguém “borrando nas calças” e é por isso que, onde posso e vocês mereçam, estarei vos esclarecendo agora: saindo daqui nós iremos para uma edificação no baixo-astral que precisa ser destruída e, para tanto, contamos com o auxilio das vibrações superiores de vocês. Estou sendo claro?
Todos nós balançamos novamente a cabeça de forma afirmativa e o Exu prosseguiu:
— Sentem-se no mesmo lugar que agora estão numa posição confortável e concentrem-se, desta vez de olhos fechados, na divina energia ígnea, pois enquanto isto vos estarei preparando para que vossos corpos mentais me acompanhem na tarefa da noite.
Procurei executar o que nos fora recomendado e, depois que o guardião trabalhou em minha fronte, algo incrível ocorreu por que eu passei a me sentir infinitamente mais leve como se eu tivesse dormido em espírito e acordado de novo, é estranho de dizer, mas parecia que eu era pura e simplesmente o meu pensar, o meu pensamento; outra coisa interessante de comentar é que eu me encontrava sem nenhuma gota de suor pelo corpo e, entretanto, eu me sentia como se fosse uma centelha do fogo da misericórdia divina e relato isso a vocês porque parecia que o meu corpo ardia em chamas invisíveis sem que eu sentisse o mínimo de calor; entretanto, era só eu pensar em amor, caridade e fraternidade que meu corpo se incandescia ainda mais, enfim, naquele estado em que eu estava parecia que amar o próximo e fazer o bem era a coisa mais prática e fácil do mundo.
De repente fomos todos direcionados para uma localidade onde o ar era pesado, úmido e mal-cheiroso como esgoto. Chegamos a um bairro onde as casas possuíam um aspecto asqueroso e os moradores destas uma energia pessoal vil e repugnante. Havia muitas sombras neste local e caminhávamos entre elas; então, alguns minutos depois nós paramos de frente a um edifício de dez andares em que só pelo fato de encará-lo eu misteriosamente sentia todo aquele ardor dentro de mim diminuir intensamente, já estava começando a me desequilibrar quando senti o guardião a se comunicar mentalmente comigo:
— Controle o seu emocional cabra!!! Mantenha o equilíbrio ou você se perderá!!!
Perder-me? Não quis nem saber o que significava o que o exu acabara de me dizer e procurei mentalizar fervorosamente na fogueira que estava diante de meu corpo astral lá no plano físico e na divina energia ígnea equilibradora inundando o meu ser. Percebi o calor tornar a me aquecer com toda a intensidade e foi quando o Exu tornou a se comunicar, só que desta vez com todos nós:
— Ok cabras, percebi que todos vocês conseguiram eliminar a curiosidade de dentro de si e retomarem o equilíbrio em vossas consciências. Isto será muito importante na realização da tarefa que eu e meus companheiros temos a desempenhar.
Interessante é que foi somente nesta hora, enquanto o Exu falava, que eu notei a presença de trinta e dois Exus aguardando o guardião que estava nos servindo de ‘guia’ até aquela macabra localidade.
Recebi a permissão destes Exus e narrarei para vocês como se deu esta ação deles a favor da caridade:
O prédio que seria destruído era como eu disse antes: tinha uma energia tão desgraçada que eu só poderia definir como absorvedora, inclusive fora esta propriedade do prédio que absorvera boa parte de meu calor quando eu havia me desequilibrado momentaneamente minutos atrás.
— Calor não zifio: ectoplasma, energia vital.
Tal foi a resposta mental que um espírito militante da linha dos preto-velhos e que me acompanha no ritual de umbanda oferecera para mim
— Verdade? Perguntei a ele.
— Certamente. Esta energia aqui para eles vale infinitamente mais que ouro. Agora, por caridade, continue a narração dos trabalhos que nossos irmãos exus estão realizando!
— Sim senhor, perdão!
Quanto ao prédio é só isso que pude perceber energeticamente, já a explosão, por sua vez, deu-se da seguinte forma:
O Exu que nos guiara até ali determinou que todos nós déssemos as mãos e ficássemos fazendo orações e, antes que ele e seus companheiros fossem realizar o trabalho, aproximou-se de mim e de outra médium que se encontrava ao meu lado esquerdo para encostar em nossa testa algum tipo de cristal de rocha que não pude precisar o que era por estar de olhos fechados; após este procedimento ele disse a nós dois:
— Vocês permanecerão aqui onde estão, mas também me acompanharão para conhecerem um pouco deste nosso trabalho aqui embaixo.
Devo confessar que o que eu via era tão fantástico que beira o surreal: os exus entraram no prédio em questão e eu conseguia ver tudo aquilo que o exu que encostou o cristal de rocha em minha fronte conseguia ver, era como se acima da cabeça dele houvesse uma micro câmera que me permitia visualizar tudo o que ele enxergava sem que eu precisasse sair do lugar onde estava, qual seja, na frente do referido edifício de mãos dadas com meus irmãos de jornada.
Foi assim que pude ver quando ele subiu no décimo andar daquela edificação e começou a instalar no canto esquerdo posterior alguma espécie de bomba programada que tinha a coloração rubro-alaranjada. Enquanto ele e mais dois exus realizavam esta tarefa, os demais realizavam a parte operacional dela. Devo informar também que naquele andar havia por volta de vinte salas e dentro de cada uma delas entes trevosos fomentadores de pedofilia e vampirizadores de pedófilos. Na sala de número 180, por exemplo, havia um homem branco, calvo, com aproximadamente quarenta anos de idade que tinha à sua cabeça acoplado um capacete que incitava infernais desejos carnais neste pela sua enteada de onze anos de idade e eu sei disso por que as imagens que eram sugeridas a este homem passavam sucessivamente numa espécie de TV. Este homem encontrava-se sentado junto com mais outros treze que também deveriam estar passando pelo mesmo processo de hipnotização.
No andar imediatamente inferior a este que estávamos, após o Exu ter plantado outra bomba no local análogo ao andar superior, eu pude ver na sala 161 quatorze espíritos deitados em uma cama e que tinham aderidos aos seus corpos uma espécie de fio transparente que retirava uma substância que, por sua vez, desembocava em um tipo de recipiente de cristal translúcido de 0,5 litros.
Os exus foram descendo até o térreo da construção e, à medida que isto ocorria, eles implantavam as bombas e eu via um festival de atrocidades inenarráveis e tão bestiais que, tanto eu quanto minha companheira, tínhamos que nos esforçar bastante para não nos desequilibrarmos através das lágrimas de uma sincera compaixão que teimava em descer por nossos rostos.
Terminada esta tarefa o Exu me explicou que todas aquelas pessoas que eu via acopladas a algum tipo de aparelho eram encarnados momentaneamente libertos do corpo físico pelo momento do sono. Esclareceu-me, ainda, que aguardariam até que o último dos encarnados deixasse aquela construção para que as bombas fossem detonadas.
Quando aquelas bombas começaram a explodir eu percebi que elas só poderiam ser mágicas e explico por que: quando uma bomba explodia, eu via junto com as chamas, milhões de pequenas “fadas” de fogo que se alimentavam de tudo em que tocavam, quanto mais maldades elas devoravam, mais alaranjadas elas ficavam.
O prédio caiu e quando isto ocorreu nós, os médiuns encarnados ali presentes, já estávamos de volta ao nosso corpo astral diante da fogueira acesa no plano físico. Milhões de perguntas já fomentavam em minha mente quando o Exu novamente se pronunciou:
— Gostei de ver, cabras!!! A ajuda de vocês foi valiosa e prestimosa!!! Vocês acabaram de nos ajudar, com as bênçãos e permissão do Divino Criador, a derrubar uma edificação numa cidade do baixo-astral. Sem a ajuda, principalmente, da energia e boa-vontade de vocês, médiuns encarnados, nós não teríamos meio de fabricarmos as bombas que para destruir estes tipos de construção precisam desta energia. Outras coisas não devemos falar porque não temos permissão, mas o que nós devemos fazer nós assim o faremos que é agradecer a boa vontade de todos vós para com a prática do bem.
Mesmo sabendo que talvez não devesse, levantei o meu dedo indicador e o guardião, ao avistá-lo, determinou:
— Solta a língua cabra!!!
— Você me desculpe senhor exu! Entendi que os senhores acabaram de realizar um tipo de trabalho contra a pedofilia, entretanto, será que não existem outros prédios funcionalmente similares a este hoje destruído onde aqueles espíritos encarnados que tinham fios acoplados em seus corpos continuarão a ser submetidos às mais terríveis atrocidades?
— Cabra, nós acabamos de vencer uma batalha, mas a guerra ainda é longa! Além do mais você pensa que nossa ação desta noite foi em beneficio daqueles que, como você mesmo disse, estavam presos a fios? Pois você está enganado, cabra!!! Saiba que se não existissem seres humanos como àqueles estes tipos de construção do baixo-astral talvez nem existissem, pois são eles mesmos que oferecem condições e materiais para a edificação destes antros de maldades; são eles os invigilantes e os imprudentes!!!
Tentei levantar novamente o indicador, mas o guardião nos disse:
— O tempo de vocês acabou cabra!!! Vocês devem retornar agora para o corpo físico, mas antes posso lhes oferecer mais um breve esclarecimento: Sim cabras, a ação desta noite foi em beneficio das criancinhas e posso vos afirmar que nunca mais um destes anjos de Deus tão admirados por Jesus será direta ou indiretamente afetado por aquele antro de perversidades que detonamos esta noite. A explosão desta construção voltada para o mal deveria acontecer seis meses à frente, mas as milhões de preces fervorosas de várias das mais diversas denominações religiosas ao Divino Criador pedindo que Ele elimine a maldade contra as crianças no mundo, aliada ao merecimento de cada um, catalisaram a misericórdia Dele fazendo com que Ele acabasse por determinar que destruíssemos o prédio de hoje a noite. Vocês entenderam?
E eu, tremendamente emocionado, juntamente com meus irmãos de jornada, respondi:
— Sim senhor!!!
— Então vão e reassumam o corpo físico de vocês agora mesmo, pois esta é a vontade do Divino Criador, só não esqueçam de pedir a todos os seus irmãos de fé que continuem a orar pedindo as bênçãos de Deus em favor não só de vocês, mas de todos os necessitados no mundo, pois todos vocês puderam comprovar esta noite que nenhuma prece dirigida a Ele com sinceridade, equilíbrio e amor deixa de ser respondida!!!
Este Exu vos agradece por terem deixado todas as vossas misérias e más tendências momentaneamente de lado em prol da caridade e roga a Deus que ajude tanto a vós quanto a nós a fazermos desta bendita abnegação uma constante em vossas vidas!!!

Mensagem recebida em 06/06/2008

O Urso Faminto


Certa vez, um urso faminto perambulava pela floresta em busca de alimento.

A época era de escassez, porém, seu faro aguçado sentiu o cheiro de comida e o conduziu a um acampamento de caçadores.

Ao chegar lá, o urso, percebendo que o acampamento estava vazio, foi até a fogueira, ardendo em brasas, e dela tirou um panelão de comida. Quando a tina já estava fora da fogueira, o urso a abraçou com toda sua força e enfiou a cabeça dentro dela, devorando tudo.

Enquanto abraçava a panela, começou a perceber algo lhe atingindo. Na verdade, era o calor da tina...

Ele estava sendo queimado nas patas, no peito e por onde mais a panela encostava. O urso nunca havia experimentado aquela sensação e, então, interpretou as queimaduras pelo seu corpo como uma coisa que queria lhe tirar a comida. Começou a urrar muito alto.

E, quanto mais alto rugia, mais apertava a panela quente contra seu imenso corpo. Quanto mais a tina quente lhe queimava, mais ele apertava contra seu corpo e mais alto ainda rugia.

Quando os caçadores chegaram ao acampamento, encontraram o urso recostado a uma árvore próxima à fogueira, segurando a tina de comida. O urso tinha tantas queimaduras que o fizeram grudar na panela e, seu imenso corpo, mesmo morto, ainda mantinha a expressão de estar rugindo.

Quando terminei de ouvir esta estória de um mestre, percebi que, em nossa vida, por muitas vezes, abraçamos certas coisas que julgamos ser importantes.

Algumas delas nos fazem gemer de dor, nos queimam por fora e por dentro, e mesmo assim, ainda julgamos importantes.

Temos medo de abandoná-las e esse medo nos coloca numa situação de sofrimento, de desespero. Apertamos essas coisas contra nossos corações e terminamos derrotados por algo que tanto protegemos, acreditamos e defendemos.

Pra que tudo dê certo em sua vida, é necessário reconhecer, em certos momentos, que nem sempre o que parece salvação vai lhe dar condições de prosseguir.

Tenha a coragem e a visão que o urso não teve.

Tire de seu caminho tudo aquilo que faz seu coração arder.


SOLTE A PANELA!

domingo, 21 de junho de 2009

Faz caridade fio, faz caridade fio!


Assim era as fala do negro Ambrósio através do
aparelho mediúnico que lhe servia de canal para fazer proseador.

Não era a primeira que aquele consulente ouvia esse
conselho do Pai Velho, já havia se passados oito meses desde o
primeiro dia que aquele senhor tinha adentrado ao terreiro, passando a
fazer parte da assistência, sempre voltando ao negro Ambrósio para
tirar suas duvidas.

Naquele dia ele estava decidido. Iria perguntar ao Velho
porque toda vez que falava com ele escutava o mesmo conselho? Será
que como espírito não estava vendo que ele já estava fazendo
sua parte?

Esperou ansioso a sua vez. Aquela noite seria especial,
seria diferente das outras, aquele encontro marcaria uma nova etapa no
caminhar daquele senhor.

Como sempre fazia, mais por repetição do que mesmo por
convicção, se ajoelhou diante do negro Ambrósio e foi dizendo:

- Benção vô Ambrósio, hoje venho lhe pedir uma
explicação para melhor entender o que o senhor me diz.

- Oxalá te abençoe meu fio! Negro Ambrósio fica feliz
com sua presença e gosta de fazer proseador com todos os fios que
aqui vem.

- Meu vô, como o senhor mesmo sabe já faz algum tempo que
venho a essa casa e falo com o senhor. Como já lhe disse não tenho
uma situação financeira ruim, ao contrário, nunca tive problemas
dessa ordem o que sempre me facilitou uma vida com fartura e bem-estar
desde a infância.

- Certo meu fio, negro Ambrósio já tem cunhecimento de
tudo isso que suncê falou.

- É meu vô, por essa razão gostaria de lhe perguntar
porque o senhor toda vez que fala comigo me aconselha a fazer a
caridade? O senhor não já sabe que faço isso todo mês
entregando gêneros alimentícios aos que estão carentes? Além
do que, na minha empresa mantenho uma creche para os filhos dos meus
empregados para que assim possam trabalhar com mais tranqüilidade.
Por isso gostaria que me explicasse o porquê desse conselho, dentro
da minha consciência cumpro com meu compromisso.

- É verdade meu fio, tudo isso que suncê falou pra negro
veio, faz parte de seu compromisso e fio cumpre direitinho sua parte.
Porém fio esse compromisso faz parte de seu social. Suncê alimenta
o corpo material que precisa de sustentação pra ficar de pé, pois
se não for assim fio tem prejuízo, só que o fio também
precisa distribuir o pão espiritual e assim fazer a caridade.

- Não entendi meu vô seja mais claro? Que caridade
espiritual é essa?

- É a mesma que esse meu aparelhinho faz aqui no terreiro.
Suncê precisa assumir sua condição de médium.

Espantado, disse o senhor: como é que é vô Ambrósio
o senhor está me dizendo que tenho compromisso com a mediunidade na
Umbanda é isso?

- É isso sim, meu fio. Suncê tem compromisso com essa
banda.

Ante as muitas verdades que ele já tinha ouvido, nunca uma
afirmação estava tanto a lhe remoer a alma. Como seria possível?
Achava bonito a Umbanda, gostava do cheiro das ervas e do cachimbo dos
vôs, mais daí então a ser médium era demais para ele.

Mesmo de forma acanhada buscando aparentar tranqüilidade
aquele senhor disse ao vô:

- Meu vô acho que há um equívoco, pois nunca senti nada
a respeito da mediunidade.

- Num sentiu porque se prende e que não quer dizer ou suncê
acha que nego veio não vê o companheiro de Aruanda que lhe
acompanha e que hoje está dando autorização pra fazer esse
conversado? Meu fio diz que gosta do cheiro das ervas e desse terreiro
- o que é uma verdade – mas o que fio não se vê é dobrando
o corpo para prestar a caridade, deixando assim que seu Pai Preto
também lhe traga lições para seu caminhar. Então meu fio,
enquanto suncê não entender, nego veio vai continuar repetindo o
conselho: faz caridade fio, faz caridade fio! Mesmo que tenha que
arrepetir isso por muitas veis, pois água mole em pedra dura fio,
tanto bate inté que fura. Olha fio! Eu tenho um compromisso moral
com esse companheiro de Aruanda que te acompanha e te agaranto que
não será de minha parte que não será cumprido. Pensa no que
esse veio te falou e dispôs vem prosear novamente, pois o passo de
veio é miudinho e devagarzinho, só tem uma coisa fio: o tempo
corre e espero que suncê queira aproveitar enquanto tá desse lado
de cá!

Aquele senhor se levantou da frente de negro Ambrósio sem
dizer mais nenhuma palavra, seria preciso tempo para digerir tudo que
ele tinha ouvido.

Oito meses se passaram depois daquela prosa, ninguém no
terreiro tinha visto novamente aquele senhor na assistência.

Era 13 de maio, gira festiva de preto velho, os trabalhos tinham
se iniciado. Negro Ambrósio olhava para a porteira do terreiro como
se estivesse a esperar por alguém e assim cantarolava “acorda
cedo meu fio, se com velho quer caminhar, olha que a estrada é longa
e velho caminha devagar, é devagar, é devagarinho quem anda com
preto velho nunca ficou no caminho”. Acostumados com a curimba os
filhos da corrente repetiam os versos sem perceber que naquele dia a
entonação estava mais dolente. Mais um filho de Zambi venceria uma
etapa, mais um seria libertado.

E foi olhando para a porteira que negro Ambrósio viu aquele
senhor adentrar no terreiro, com os olhos rasos d’água e de joelhos
se postar assim dizendo: Vô Ambrósio se é verdade que tenho
essa tal mediunidade aqui estou para aprender a fazer caridade, nesses 8
meses minha vida perdeu a alegria, relutei muito para chegar aqui
novamente e não nego que fugi por vergonha se ainda houver tempo…

Aquele senhor nem chegou a ouvir a resposta do negro
Ambrósio. Do seu lado já se encontrava um negro que de forma doce
e amorosa assim falou: Meu fio a quanto tempo espero por esse momento,
por esse reencontro. Vamos trabaiá meu fio nas bênçãos de Zambi
e na fé de Oxalá!

Diante dos filhos daquela corrente, aquele homem branco, de
olhos claros, quase translúcidos, alto, dava passagem nesse momento a
mais um preto velho e foi curvando aquele corpo que se ouviu a voz da
entidade assim dizer: Bendito e louvado sejam o nome de nosso Pai
Oxalá! Saravá negro Ambrósio! Pai Joaquim das Almas se faz
presente nesse Gongá!

- Saravá Pai Joaquim!

E daquele dia em diante mais um filho começava a sua
caminhada. Mais um chegava a corrente da casa. Mais uma estrela passou a
brilhar nos céus de Aruanda!

Saravá Preto!!!

Acordem para a vida!!!


por Pai Firmino do Congo

Na dificuldade de encarar a vida, é sempre fácil
responsabilizar os outros;

Na dificuldade de se relacionar com os outros, é sempre
fácil olhar os defeitos;

Na dificuldade de amar o próximo, é sempre fácil
escolher a indiferença;

Na dificuldade de competência para ser feliz, é sempre
fácil infelicitar os outros;

Na dificuldade de caráter é sempre fácil o
nivelamento alheio;

Na dificuldade de atitude é sempre fácil condenar o
carma;

Na dificuldade de buscar caminhos retos, é sempre
fácil procurar atalhos;

Na dificuldade de obedecer a ordens, é sempre fácil se
julgar injustiçado;

Na dificuldade de compreender liberdade, é sempre
fácil buscar a libertinagem;

Na dificuldade de lágrimas sinceras, é sempre fácil
o sorriso falso;

Na dificuldade de exercitar a mente, é sempre fácil
obter respostas prontas;

Invariável reconhecer que para as nossas dificuldades,
sempre temos desculpas variadas, mas, para as dificuldades dos
companheiros que nos acompanham no dia a dia sempre temos
condenações.

Por que será que exigimos tanto do outro quando não
lhe suportamos as exigências?

Alguns poderão responder: é o instinto de conservação que fala
mais alto, temos que nos defender!

Então nêgo velho pergunta: que diacho de conservação é essa
que só guarda o que não é bom? Num existe mandinga pior do que
carregar bagagem desnecessária e se suncês tão carregando
egoísmo, vaidade, orgulho e prepotência. Tão é perdendo
tempo!

Mas aí suncês vão dizer: Pai Firmino a natureza não dá
saltos! E eu vou arresponder: concordo com suncês meus fios! Ela num
dá salto, mas, cumpre as funções estabelecidas por Zambi.

Ao invés de suncês querer ser o que não são, procurem ser o
que podem ser meus fios, tenham humildade em tudo que façam e
reconheçam que só aprendendo a vencer suas dificuldades é que
suncês sairão vitoriosos.

Acordem para a vida! Pois, guia nenhum vai fazer o que cabe a suncês
fazerem.

Naruê meu Pai!

Patacori Ogum

Ogunhê!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Um Dia Num Terreiro de Umbanda


Era dia de gira. O terreiro já estava todo limpo e preparado.

Os médiuns responsáveis pela limpeza daquele dia conversavam alegremente.

A dirigente e as mães pequenas já haviam feito todas as firmezas e podiam agora se juntar aos demais médiuns para um entrosamento maior.

O ambiente era tranqüilo e feliz.

Duas horas antes do início efetivo da sessão começaram a chegar os demais médiuns pertencentes a Casa.

Uns mais efusivos que outros como ocorre em todo grupo, todos se cumprimentam alegremente.

Faltando uma hora para o início dos trabalhos é iniciada a palestra destinada a assistência e médiuns.

Com a palestra já quase no fim, eis que chega Dora, médium de pouco mais de três meses na Casa.

Entra quieta e apressada, cumprimenta os irmãos de corrente com um “Oi” geral, um sorriso amarelo e vai direto para o vestiário trocar de roupa. Alguns médiuns se entreolham sem saber o porque daquela irmã nunca se entrosar com eles.

Chega sempre em cima da hora da sessão, nunca se oferece para ajudar na faxina do terreiro e nem participa das obras assistenciais. Mesmo quando é sessão de desenvolvimento, entra muda e sai calada.

Essa atitude dela vem já causando algum desconforto entre alguns médiuns, que resolvem, com a “melhor das boas intenções” perguntar a Mãe no Santo, faltando menos de 15 minutos para o início da sessão, se ela não sabe o porque desse “descaso” para com os irmãos e para com a própria Casa.

A Mãe no Santo responde:

- Deixem a Dora em paz... ela tem compromissos previamente assumidos que a impedem de estar mais tempo junto de nós. Isso não significa que ela não gosta da Casa ou de nós. Por que ao invés de ficarem especulando não tentam colocá-la mais a vontade em nossa Casa?

Mas Rodrigo é curioso... e dispara:

- Mas Mãe, nem quando ela chega aqui ela fala com a gente direito... Entra muda e sai calada. Assim fica difícil fazer amizade com ela.

- Ela é tímida. Não lhe passou pela cabeça que a sua forma de aproximação pode assustá-la ou afastá-la? Menos julgamento, meu filho e mais amor...

Rodrigo não gostou da resposta da Mãe, mas silenciou pois o olhar dela lhe disse que o assunto estava encerrado, até porque a sessão já ia começar.

- Vão para dentro do terreiro... diz a Mãe. Preciso me preparar.

Rodrigo vai para dentro do terreiro determinado a descobrir os “tais compromissos” e se Dora era realmente tímida ou antipática. Afinal, ele trabalhava tanto, fazia tanto pela Casa limpava, fazia faxina, chegava cedo no terreiro, participava das aulas, palestras, sessões de desenvolvimento... e tinha o mesmo tratamento que Dora? Recebia da Mãe o mesmo sorriso, a mesma atenção... Não achava justo isso. Ia dar um jeito de mostrar para a Mãe que ela estava sendo condescendente demais com aquela médium tão inexpressiva e indisciplinada.

Começa a sessão... os trabalhos transcorrem normalmente. Dora incorpora pela primeira vez o seu Caboclo... Saúda o Caboclo chefe e diz ao Caboclo da Dirigente:

- Esse Caboclo tá muito satisfeito com o que seu aparelho vem fazendo com minha filha. Ela precisa de muita orientação e amparo. Não permita que turvem os olhos e o coração do seu aparelho com maledicências...

O Caboclo chefe responde:

- Pode ficar tranqüilo. Meu aparelho já sabe.

Ao ver que Dora havia incorporado, Rodrigo sente aumentar ainda mais a sua inveja... e pensa “Agora que ela vai ter mais atenção mesmo... se sem incorporar nada já recebia atenção... agora então...” Rodrigo tenta em vão escutar o que os Caboclos estão dizendo. A sua ansiedade não permitiu que ele mesmo incorporasse seu enviado de Oxoce. Desequilibrou-se e acabou ficando sem receber as irradiações maravilhosas de seu guia, que tenta exaustivamente chamá-lo a razão, dizendo a seu ouvido:

- Meu filho, reflita no real motivo que se empenha tanto em ajudar na Casa. É por humildade ou para “aparecer”. A Mãe tem que zelar por todos igualmente e é óbvio que irá se preocupar com os que mais necessitam. Abranda o teu coração e sossega teu pensamento para que possa fazer o que devia ser o teu primeiro objetivo aqui... praticar a caridade servindo de aparelho para mim e a tua Banda toda...

Mas nada... Rodrigo não lhe dava ouvidos. A corrente da Casa já havia anulado a ação dos espíritos trevosos que circundavam o terreiro, mas eles encontravam dificuldade em afastar alguns pois estavam encontrando ressonância de sentimentos em Rodrigo que estava com a “guarda aberta”.

O Caboclo Chefe, Sr. Pena Branca, foi avisado pelos guardiões o que estava se passando. Ele olhou Rodrigo que de tão cego que estava não percebeu o olhar do Caboclo. O sr. Pena Branca avançou em direção a Rodrigo que cantava pontos sem prestar a menor atenção a o que estava acontecendo a sua volta, pois o seu olhar estava fixo sobre Dora incorporada. Quando deu por conta, Sr. Pena Branca estava na sua frente... e falou:

- Curumim! Presta atenção na gira e não em médium. Presta atenção ao seu guia...

- Mas eu não estou sentindo a vibração dele... acho que não vem hoje...

- Ele está do seu lado! Sempre! Ele tem compromisso com você e com a Casa. Você é que está preocupado com coisa que não é para se preocupar e nem saber. Coisa que não deveria ser do seu interesse. Cuida do teu e do que veio fazer aqui!

Ato contínuo eleva a mão sobre a testa de Rodrigo sem tocá-la buscando cortar o elo de ligação com os espíritos trevosos que desta feita insistem em atuar no mental de Rodrigo.

Rodrigo fecha os olhos e balança suavemente para frente e para trás... o Sr. Pena Branca dá o seu brado e o Caboclo Flecheiro incorpora em Rodrigo.

Os dois conversam. O Sr. Pena Branca pede que seja enérgico com Rodrigo. Que o oriente a deixar os assuntos que não sejam de sua alçada fora de seus pensamentos. Que não seja intransigente com os irmãos, que controle a sua curiosidade e julgue menos. Que veja todos os irmãos iguais e que se conscientize do seu papel dentro do terreiro e dentro da Umbanda.

O Caboclo Flecheiro promete que irá continuar trabalhando mas que Rodrigo tem o seu livre arbítrio e pede ajuda nessa tarefa. O Sr. Pena Branca promete interceder também.

Iniciam as consultas e o trabalho transcorre com tranqüilidade.

Ao término da sessão Dora é só sorrisos. Feliz por haver incorporado pela primeira vez o seu Caboclo, quase corre para perto da Mãe e a abraça agradecida.

- Mãe, obrigada! As suas palavras ontem me deram novo incentivo, nova vida. Renovaram o meu desejo de crescer, estudar, evoluir. Fiz tudo direitinho conforme a senhora orientou e hoje vi que não estou louca... Cheguei aqui hoje ainda com um pouco de medo. Mas... Ele existe mesmo e a sensação é maravilhosa. Aqui é a minha Casa por que é a Casa Dele. Além do mais, hoje quando fui fazer a entrevista de emprego, me saí tão bem que já começo a trabalhar na segunda-feira e terei mais tempo para me dedicar ao Centro e aos estudos da espiritualidade.

A Mãe sorri e responde:

- Viu minha filha? Todos nós passamos por isso, sentimos esse medo, essa insegurança... só que alguns esquecem que um dia foram inseguros e tiveram seus problemas também.

Nesse momento a Mãe lança um olhar significativo para Rodrigo que abaixa a cabeça envergonhado.

Dora acompanha o olhar da Mãe e vê Rodrigo. Dirige-se a ele sorrindo e com os olhos cheios de lágrimas, diz:

- Rodrigo, você me ajuda? Gostaria muito de ajudar na limpeza de nosso terreiro e em todas as tarefas disponíveis, agora que arrumei outro emprego e não trabalho mais em dia de sessão. Como posso fazer? Falo com quem? Você sempre foi tão prestativo e atencioso comigo... pode me ajudar?

Felizmente a excitação de Dora não permitiu que ela percebesse o quão desconcertado e envergonhado Rodrigo estava, pois ele ouvira na íntegra a conversa entre o seu Caboclo e Sr. Pena Branca e agora ouvia aquilo...

A Mãe no Santo sorri. Mais uma lição havia sido aprendida por aquele filho tão querido. Ela volta-se para o Congá e sorri ao olhar a imagem de seu Caboclo e em pensamento diz: “Obrigada Pai! Obrigada Umbanda pela oportunidade do aprendizado constante!”

Mensagem Inspirada por Vovó Maria Conga da Bahia

Médium Mãe Iassan

Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.


O Tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.

Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.

Sou a senzala do Preto Velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exu, o jardim da Ibejada, o nirvana do Indu e o céu dos Orixás.

Sou o café amargo e o cachimbo do Preto Velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-Gira e o doce do Ibeji.

Sou a gargalhada da Padilha, o requebro da Cigana, a seriedade do Tranca-Rua.

Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Cambinda; a traquinada de Mariazinha da Praia e a sabedoria de Urubatão.


Sou o fluído que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.

Sou o isolamento dos orientais onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso. Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.

Sou livre. Não tenho Papas. Sou determinada e forte.

Minhas forças? Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.

Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.

Estão nos elementos. Na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na tuia, no mandala do ponto riscado.

Estão finalmente na tua crença, na tua Fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.

Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador.

Quem sou? Sou a humildade, mas cresço quando combatida.

Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.

Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança. Sou a cura. Sou de ti. Sou de Deus. Sou Umbanda.

Só isso.

Sou Umbanda.

Elcyr Barbosa

OFERENDAS PARA ORIXÁS



Muitos médiuns vem nos perguntar quais oferendas podemos dar no dia de determinado Orixá.

Estaremos agora passando uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade.

* um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;

* um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;

* algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;

* um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não "desandar" a massa.


Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o terreiro.
Coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece:

"Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém."


Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou precisar...

Você se dispôs a ser um MÉDIUM!

Caboclo Pery

Quem és tu, Exu?


Afinal, que és tu, Exu?

Por que sois tão controverso?

Eu mesmo vos respondo...

Iah, ah, ah, ah....

Não sou a Luz...

Pois a Luz cristalina, refulgente, só a de Zambi, Olorum, Incriado, Deus, seja lá que nome vocês dão...

Não sou a luz...Mas sou centelha que refulge. Logo sou espírito em evolução. Esta não é uma
peculiaridade nossa, só dos Exus, mas de todos os espíritos no infinito cosmo espiritual. Afirmo que não existe espírito evoluído,
como se fosse um produto acabado. Todos os espíritos, independente da forma, estão em eterna evolução, partindo do pressuposto que só existe um ser plenamente perfeito, um modelo de absoluta perfeição, o próprio Absoluto, Deus.

Assim, perante os "olhos" de Olurum, sou igual aos pretos velhos, caboclos, baianos, boiadeiros, ciganos, orientais...
As distinções preconceituosas ficam por conta de vocês.

Não sou a luz, mas tenho minha própria luminosidade, qual labareda de uma chama maior, assim como todos vós. Basta tirar as nódoas escuras do candeeiro que vos nublam o discernimento que podereis enxergá-la, lá dentro de vós, o que chameis de espírito.

Há algo que me distingue dos demais espíritos. É o fato de eu não estar na luz. Meu habitat é a escuridão. Os locais trevosos onde há sofrimento, escravidão, dominação coletiva, magismo negativo, castelos de poder alimentados pelo mediunismo na Terra que busca a satisfação imediata dos homens, doa a quem doer.

O que eu faço lá?

Eu, um Exu, entre tantos outros, levo a luz às trevas, qual cavaleiro com candeeiro em punho.

Dentro da lei universal de equilíbrio, eu abro e fecho, subo e desço, atuo na horizontal e na vertical, no leste o no oeste, atrás
e na frente, encima e embaixo, impondo sempre o equilíbrio às criaturas humanizadas neste planeta, encarnados e desencarnados aos milhões.

O Cosmo é movimento, nada está parado, nada é estático.

Eu sou movimento. Não sou as ondas do mar, mas eu as faço movimentar-se...Não sou as estrelas na abóbada celeste, mas meu movimento faz a sua luz chegar até as retinas humanas...Não sou o ar que perpassa as folhas, mas as suas moléculas e partículas atômicas são mantidas em coesão e movimentadas pela minha força....

Iah, ah, ah...

Este equilíbrio não se prende as vontades humanas e aos vossos julgamentos de pecado, certo ou errado, moral ou imoral. Eu atuo no contínuo temporal do espírito e naquilo que é necessário para a evolução, retificando o carma quando justo. Se tiverdes programado nesta encarnação serdes ricos, o será com axé de Exu. Se for o contrário, se em vida passada abusou da riqueza, explorou mão de obra, matou mineiros e estivadores de canaviais, estuprou escravas, é para o equilíbrio de vosso espírito serdes mendigo infértil. Nascerás em favela sentindo nas entranhas o efeito de retorno, com axé de vosso Exu que vos ama, assim como um elástico que é puxado esticando e depois volta à posição de repouso inicial, estarei atuando para que seja cumprida a Lei de Harmonia Universal, mesmo que "julgueis" isto uma crueldade.

Eu, Exu, vos compreendo.

Vós ainda não me compreendeis.

Eu sou livre, livre e feliz.

Vós sois preso, preso e infeliz no ciclo das reencarnações sucessivas.

Eu dou risada.

Iah, ah, ah, ah !!!!

Sabe por quê?

Porque eu sei que no dia que o Sol não mais existir, vosso planeta for mais um amontoado de rocha inerte vagando no cosmo, estaremos vivos, vivos, muito vivos, evoluindo, evoluindo, sempre evoluindo.

Assim como vim para a Terra como caravaneiro da Divina Luz há milhares de anos atrás, assim iremos todos para outro orbe quando este planeta "morrer".

Quando este dia chegar, vós estareis um pouco menos iludidos com as pueris verdades emanadas dos homens e seus frágeis julgamentos religiosos.

Eu, Exu, vou trabalhar arduamente para quando este dia chegar, vós estejais menos iludidos e quem sabe livre da prisão do escafandro de carne, assim como eu sou livre, livre, livre e feliz.

Iah, ah, ah, ah, ah.


Por Norberto Peixoto

Os sete sorrisos de um Preto Velho




Os sete sorrisos!!
O Primeiro sorriso é pelo médium que está sempre zelando por sua conduta e equilíbrio espiritual, quando um preto velho ou outra entidade chega no terreiro, o mesmo trata com tamanho carinho.

O Segundo sorriso é pelas crianças carnais que em muitas ocasiões estão presentes nas giras, o ambiente de alegria, amor e muito carinho.

O Terceiro sorriso é pelos médiuns que estão dispostos a ajudar e zelar pela casa de nosso pai que chegam cedo para ajudar, os que vem fora dois dias de trabalho para organizar a casa pela sua propria vontade e que muitas das vezes são os primeiros a chegarem nas giras e os últimos a sairem também.

O Quarto sorriso é pela assistência quando olhamos para eles e vimos através de seus olhares, humildade, solidariedade, igualdade e vontade de receber a caridade, pois estes olhares são de sentimentos que brotam em nossos corações.

O Quinto sorriso é pelo consulente que vem até junto de nós e fala: HOJE MEU PRETO VELHO, NÃO VIM PARA PEDIR E SIM PARA AGRADECER A NOSSO PAI OXALÁ POR TUDO QUE RECEBI

O Sexto sorriso é pelo zelo com que o dirigente, tem por nossa mãe UMBANDA, pelos seus irmãos, por muitas vezes, por sua tamanha humildade não sabem a tamanha referência que é.

O Sétimo sorriso é por agradecimento aos orixás, pois por intermédio deles nosso Zambi, maior oportunidade de poder-mos praticar a caridade e elevar-mos nossa espiritualidade.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Características de Exu


Dia da semana - Segunda-feira
Cores - Preto e vermelho
Símbolos - Tridente e/ou bastão
Elemento - Fogo
Plantas - Pimenta, capim tiririca, urtiga, arruda, salsa, hortelã
Metal - Bronze, ferro (minério bruto)
Comidas - Farofa de dendê, bife acebolado, picadinho de míudos
Bebida - Cachaça
Sincretismo - Santo Antonio
Domínios - ( variados) Passagens, encruzuilhadas, caminhos, portas, entrada das casas
O que faz - Vigia as passsagens, abre e fecha os caminhos. Por isso ajuda a resolver problemas da vida fora de casa e a encontrar caminhos para progredir. Além disso, protege contra perigos e inimigos.
Quem é - É o elo de ligação entre os homens e os Orixás; Senhor da Vitalidade; do sexo; da alegria, da vida, das sensações.
Caracteristicas - Apaixonado, esperto, criativo, persistente, impulsivo, brincalhão, amigo.

O Sábio e a Borboleta


Moravam um pai e suas duas jovens filhas, moças bastante curiosas e inteligentes. Elas sempre lhe faziam muitas perguntas. Algumas, ele sabia responder; outras, não fazia a miníma ideia da resposta.
Como todo bom pai, pretendia oferecer a melhor educação para as filhas, por isso enviou-as para passar as férias com um velho sábio que morava no alto de uma colina. Este, por sua vez, respondia a todas as perguntas das jovens sem hesitar.
As moças sentiram-se muito incomodadas com essa situação, pois constataram que o tal velho era realmente sábio. Tiveram, então, a ideia de inventar uma pergunta que o sábio não soubesse responder.
Passaram-se alguns dias e uma das meninas apareceu com uma linda borboleta e exclamou para sua irmã:
-Desta vez o sábio não vai saber a resposta!
- O que você vai fazer? - perguntou a outra jovem.
- Tenho uma borboleta em minhas mãos. Vou perguntar ao sábio se a borboleta está viva ou morta. Se ele responder que ela está morta, abrirei minhas mãos e vou deixá-la voar para o céu. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la rapidamente e matá-la. Consequentemente, qualquer resposta que ele nos der estará errada.
As meninas foram, então, ao encontro do sábio, que se achava meditando sob um eucalipto na montanha. Uma delas aproximou-se e fez a pergunta. Com muita serenidade, o s´bio sorriu e respondeu:
- Depende de você... ela está em suas mãos.
Assim é a nossa vida, é o nosso presente e o nosso futuro. Não devemos culpar ninguém porque algo deu errado. O insucesso é apenas uma oportunidade de começar novamente com mais inteligência. Nós somos os responsáveis por aquilo que conquistamos ou não.
Nossa vida está em nossas mãos, como uma borboleta. Cabe a nós decidirmos o que temos que fazer com ela, só a nós; portanto, não permita que ninguém interfira nisso. NUNCA!!!
Texto extrído do livro " Além do que se ouve"

Esopo e a Língua



Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia.

Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente:

- Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está a venda no mercado.

- Como? Perguntou o amo surpreso. Tens certeza do que está falando? Como podes afirmar tal coisa?

- Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei lá e trarei a maior virtude da Terra.

Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos voltou carregando um pequeno embrulho.

Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua, e , enfurecido, deu ao servo uma chance de explicar-se.

-Meu amo, não vos enganei, retrucou Esopo.

-A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, aliviar e conduzir.

-Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos.

- Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?

- Boa, meu caro, retrucou o amigo do amo. Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo.

- É perfeitamente possível, senhor, e com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda a Terra.

Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote semelhante ao primeiro.

Ao abri-lo, os amigo encontraram novamente pedaços de língua. Desapontados, interrogaram o escravo e obtiveram dele surpreendente resposta:

-Por que vos admirais de minha escolha?

- Do mesmo modo que a língua, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores se transforma no pior dos vícios.

- Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido.

- Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social.

- Acaso podeis refutar o que digo? Indagou Esopo.

Impressionados com a inteligência invulgar do seviçal, ambos os senhores calaram-se, comovidos, e o velho chefe, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.

Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da antiguidade e cujas histórias até hoje se espalham por todo mundo.

domingo, 10 de maio de 2009

O Encontro de Zé Pelintra com Lampião



Por Fernando Sepe



Um dia desses, passeando por Aruanda, escutei um conto muito interessante. Uma história sobre o encontro de Zé Pelintra com Lampião...
Dizem que tudo começou quando Zé Pelintra, malandro descolado na vida, tentou aproximar - se de Maria Bonita, pois a achava uma mulher muito atraente e forte, como ele gostava. Virgulino, ou melhor, Lampião, não gostou nada da história e veio tirar satisfação com o Zé:
_Então você é o tal do Zé Pelintra? Olha aqui cabra, devia te encher de bala, mas não adianta...Tamo tudo morto já! Mas escuta bem, se tu mexer com a Maria Bonita de novo, vou dá um jeito de te mandar pro inferno...
_Inferno? Hahahaha, eu entro e saiu de lá toda hora, num vai ser novidade nenhuma pra mim!_ respondeu o malandro _ Além do mais, eu nem sabia que a gracinha da "Maria" tinha um "esposo"! Então é por isso que ela vive a me esnobar!
_Gracinha? Olha aqui cabra safado, tu dobre a língua pra falar dela, se não tu vai conhecer quem é Lampião! _ disse Virgulino puxando a peixeira, já que não era e nunca seria, um homem de muita paciência.
_Que isso homem, tá me ameaçando? Você acha que aqui tem bobo?_ e Zé Pelintra estralou os dedos, surgindo toda uma falange de espíritos amigos do malandro, afinal ele conhecia a fama de Lampião e sabia que a parada era dura.
Mas Lampião que também tinha formado toda uma falange, ou bando, como ele gostava de chamar, assoviou como nos tempos de sertão e toda um "bando" de cangaceiros chegaram para participar da briga. A coisa parecia já não ter jeito, quando um espírito simples, com um chapéu na cabeça, uma camisa branca, cabelos enrolados, chegou dizendo:
_Oooooooxxxxxx! Mas o que que é isso aqui? Compadre Lampião põe essa peixeira na bainha! Oxente Zé, tu não mexeu com Maria Bonita de novo, foi? Mas eu num tinha te avisado, ooooxx, recolhe essa navalha, vamo conversar camaradas...
_Nada de conversa, esse cabra mexeu com a minha honra, agora vai ter! _ Disse Lampião enfurecido!
_To te esperando olho de vidro! _ respondeu Zé Pelintra.
_Pera aí! Pela amizade que vocês dois tem por mim, "Severino da Bahia", vamo baixar as armas e vamo conversar, agora!
Severino era um antigo babalorixá da Bahia, que conhecia os dois e tinha muita afeição por ambos. Os dois por consideração a ele, afinal a coisa que mais prezavam entre os homens era a amizade e lealdade, baixaram as armas. Então Severino disse:
_Olha aqui Zé, esse é o Virgulino Ferreira da Silva, o compadre Lampião, conhecido também como o "Rei do Cangaço". Ele foi o líder de um movimento, quando encarnado, chamado Banditismo ou Cangaço, correndo todo o sertão nordestino com sua revolta e luta por melhores condições de vida, distribuição de terras, fim da fome e do coronelismo, etc. Mas sabe como é, cometeu muitos abusos, acabou no fim desvirtuando e gerando muita violência...
_É, isso é verdade. Com certeza a minha luta era justa, mas os meios pelo qual lutei não foram, nem de longe, os melhores. Tem gente que diz que Lampião era justiceiro, bem...Posso dizer que num fui tão justo assim_ disse Lampião assumindo um triste semblante.
_ Eu sei como é isso. Também fui um homem que lutou contra toda exploração e sofrimento que o pobre favelado sofria no Rio de Janeiro. Nasci no Sertão do Alagoas, mas os melhores e piores momentos da minha vida foram no Rio de Janeiro mesmo. Eu personificava a malandragem da época. Malandragem era um jeito esperto, "esguio", "ligeiro", de driblar os problemas da vida, a fome, a miséria, as tristezas, etc. Mas também cometi muitos excessos, fui por muitas vezes demais violento e, apesar de morrer e terem me transformado em herói, sei que não fui lá nem metade do que o povo diz_ dessa vez era Zé Pelintra quem perdia seu tradicional sorriso de canto de boca e dava vazão a sua angústia pessoal...
_Ooxx, tão vendo só, vocês tem muitas semelhanças, são heróis para o povo encarnado, mas, aqui, pesando os vossos atos, sabem que não foram tão bons assim. Todos têm senso de justiça e lealdade muito grande, mas acabaram por trilhar um caminho de dor e sangue que nunca levou e nunca levará a nada.
_É verdade... Bem, acho que você não é tão ruim quanto eu pensava Zé. Todo mundo pode baixar as armas, de hoje em diante nós cangaceiros vamo respeitar Zé Pelintra, afinal, lutou e morreu pelos mesmos ideias e com a mesma angústia no coração que nós!
_ O mesmo digo eu! Aonde Lampião precisar Zé Pelintra vai estar junto, pois eu posso ser malandro, mas não sou traíra e nem falso. Gostei de você, e quem é meu amigo eu acompanho até na morte.
_Oooooxxxxx! Hahahaha, mas até que enfim! Tamo começando a nos entender. Além do mais, é bom vocês dois estarem aqui, juntos com vossas falanges, porque eu queria conversar a respeito de uma coisa! Sabe o que é...
E Severino falou, falou e falou... Explicando que uma nova religião estava sendo fundada na Terra, por um tal de Caboclo das Sete Encruzilhadas, uma religião que ampararia todos os excluídos, os pobres, miseráveis e onde todo e qualquer espírito poderia se manifestar para a caridade. Explicou que o culto aos amados Pais e Mães Orixás que ele praticava quando estava encarnado iria se renovar, e eles estavam amparando e regendo todo o processo de formação da nova religião, a Umbanda...
_...é isso! Estamos precisando de pessoas com força de vontade, coragem, garra para trabalhar nas muitas linhas de Umbanda que serão formadas para prestar a caridade. E como eu fui convidado a participar, resolvi convidar vocês também! Que acham?
_Olha, eu já tenho uma experiência disso lá no culto a Jurema Sagrada, o Catimbó! Tô dentro, pode contar comigo! Eu, Zé Pelintra, vou estar presente nessa nova religião chamada Umbanda, afinal, se ela num tem preconceito em acolher um "negô" pobre, malandro e ignorante como eu, então nela e por ela eu vou trabalhar. E que os Orixás nos protejam!
_Bem, eu num sô homem de negar batalha não! Também vou tá junto de vocês, eu e todo o meu bando. Na força de "Padinho" Cícero e de todos os Orixás, que eu nem conheço quem são, mas já gosto deles assim mesmo...
E o que era pra transformar - se em uma batalha sangrenta acabou virando uma reunião de amigos. Nascia ali uma linha de Umbanda, apadrinhada pelo baiano "Severino da Bahia", pelo malandro mestre da Jurema "Zé Pelintra" e pelo temido cangaceiro "Lampião".
Junto deles vinham diversas falange. Com o malandro Zé Pelintra vinham os outros malandros lendários do Rio de Janeiro com seus nomes simbólicos: "Zé Navalha", "Sete Facadas", "Zé da Madrugada", "7 Navalhadas", "Zé da Lapa", "Nego da Lapa", entre muitos e muitos outros.
Junto com Lampião vinha a força do cangaço nordestino: Corisco, Maria Bonita, Jacinto, Raimundo, Cabeleira, Zé do Sertão, Sinhô Pereira, Xumbinho, Sabino, etc.
Severino trazia toda uma linha de mestres baianos e baianas: Zé do Coco, Zé da Lua, Simão do Bonfim, João do Coqueiro, Maria das Graças, Maria das Candeias, Maria Conga, vixi num acaba mais...
Em homenagem ao irmão Severino, o intermediador que evitou a guerra entre Zé Pelintra e Lampião, a linha foi batizada como "Linha dos Baianos", pois tanto Severino como seus principais amigos e colaboradores eram "Baianos".
E uma grande festa começou ao som do tambor, do pandeiro e da viola, pois nascia ali a linha mais alegre, mais divertida e "humana" da Umbanda. Uma linha que iria acolher a qualquer um que quisesse lutar contra os abusos, contra a pobreza, a injustiça, as diferenças sociais, uma linha que teria na amizade e no companheirismo sua marca registrada. Uma linha de guerreiros, que um dia excederam - se na força, mas que hoje lutavam com as mesmas armas, agora guiados pela bandeira branca de Oxalá.
E, de repente, no meio da festa, raios, trovões e uma enorme tempestade começaram a cair. Era Iansã que abençoava todo aquele povo sofrido e batalhador, igualzinho ao povo brasileiro. A Deusa dos raios e dos ventos acolhia em seus braços todas aqueles espíritos, guerreiros como ela, que lutavam por mais igualdade e amor no nosso dia - dia.
E assim acaba a história que eu ouvi, diretamente de um preto " velho, um dia desses em Aruanda. Dizem que Zé Pelintra continua tendo uma queda por "Maria Bonita", mas deixou isso de lado devido ao respeito que tem pelo irmão Lampião. Falam, ainda, que no momento ele "namora" uma Pombagira, que conheceu quando começou a trabalhar dentro das linhas de Umbanda. Por isso é que ele "baixa", às vezes, disfarçado de Exu...


"Oxente eu sou baiano, oxente baiano eu sou
Oxente eu sou baiano, baiano trabalhador
Venho junto de Corisco, Maria Bonita e Lampião
Trabalhar com Zé Pelintra
Pra ajudar os meus irmãos...!"

quinta-feira, 7 de maio de 2009

PENSAMENTOS DE LUZ!!!




O que sou!

Deus é meu pai.

A Natureza é minha Mãe.

O Universo é meu Caminho.

A Eternidade é meu Reino.

A Imortalidade é minha Vida.

A Mente é meu Lar.

O Coração é meu Templo.

A Verdade é meu Culto.

O Amor é minha Lei.

A Forma em si é minha Manifestação.

A Consciência é meu Guia.

A Paz é meu Abrigo.

A Experiência é minha Escola.

O Obstáculo é minha Lição.

A Dificuldade é meu Estímulo.

A Alegria é meu Cântico.

A Dor é meu Aviso.

A Luz é minha Realização.

O Trabalho é minha Benção.

O Amigo é meu Companheiro.

O Adversário é meu Instrutor.

O Próximo é meu Irmão.

A Luta é minha Oportunidade.

O Passado é minha advertência.

O Presente é minha Realidade.

O Futuro é minha Promessa.

O Equilíbrio é minha Atitude.

A Ordem é minha Senha.

A Beleza é meu Ideal.

A Perfeição é meu Destino.


Que a Paz e o Amor de Zambi faça morada em seu Coração!!!

NÃO SEJA UMBANDISTA!!!


Por Alexandre Cumino


Ser Umbandista é amar a Deus acima de todas as coisas!!!

Ser Umbandista é amar a natureza e respeitá-la, pois Deus esta lá!!!

Ser Umbandista é reconhecer que os Orixás são Potências de Deus, Divindades, que manifestam as qualidades do Criador de Tudo e de Todos!!!

Ser Umbandista é ser amante da sabedoria, da virtude, da justiça e da humanidade!!!Ser Umbandista é ser amigo dos pobres, desgraçados que sofrem, que choram, que tem fome e chamam pelo direito de justiça!!!

Ser Umbandista é querer a harmonia das famílias, a concórdia dos povos, a paz do gênero humano!!!

Ser Umbandista é levar para o terreno prático, aquele formosíssimo preceito de todos os lugares e todos os séculos, que diz com infinita ternura aos homens de todas as raças, desde o alto de uma cruz e com os braços abertos ao mundo: "Amai-vos uns aos outros, formai uma só família, sede irmãos"!!!

Ser Umbandista é pregar a tolerância; praticar a caridade sem distinção de raças, crenças ou opiniões, é lutar contra a hipocrisia e o fanatismo!!!

Ser Umbandista é viver para a realização da Paz Universal, tendo pelos encarnados o mesmo respeito que se dedica aos desencarnados!!!

Ser Umbandista é ter uma crença religiosa sem tabus ou preconceitos, fundamentada na ética e no bom senso, sem ferir os valores dos bons costumes!!!

Ser Umbandista é respeitar a máxima que diz "somos imagem semelhança de Deus", vendo Deus na presença do semelhante e em nós, através de nossas virtudes de Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração!!!

Ser Umbandista é dar de graça o que de graça recebemos!!!



SE VOCÊ NÃO REUNE ESTAS CONDIÇÕES, AFASTE-SE DA UMBANDA!!!

Um diálogo entre Consciência e Coração




- Filho, você tem que seguir seu destino!

- Mas que destino é esse meu Senhor?

- Seu destino é lutar por um bem maior, beneficiar milhares de pessoas e fazer a Luz Divina brilhar intensamente por muito tempo na vida daqueles que for beneficiado pelo seu destino.

- Mas meu Senhor, isso não cabe aos iluminados?

- E o que é o Iluminado sem antes não buscar incessantemente á Luz e a ela servir? De que vale viver e não existir, não ter sido instrumento para a melhoria do meio?

- Não entendo!

- Certo, talvez seja mesmo difícil entender aquilo que se mostra tão claro aos olhos. Isso ocorre quando o medo toma conta da mente e assusta o coração. Entenda simplesmente que deverá cumprir com seu destino.

- Mas cumprir como com algo que desconheço?

- Conheça a si mesmo e entenderá o que digo.

- Mas assim continua confuso.

- Destino é aquilo que se espera, é certo que não existe um livro já escrito e somos apenas coadjuvantes de uma historinha, a próxima página é um mistério, apenas sabe-se que será continuação da página anterior. Então, o que está sendo escrito?

- Mas o que dizer quando é escrito linhas de luta, determinação e acima de tudo a busca de um bem maior para muitos e neste sentido percebemos apenas na página seguinte uma conseqüência desastrosa?

- Mas é o fim?

- Não sei!

- Se não sabe então saiba que não é o fim da linha, pois caso contrário seria óbvio o fim.

- E as conseqüências?

- Mas e o aprendizado?

- Sim, sim...aprendizado, mas... e se não resta mais oportunidade!?!

- Será? Vasculhe melhor.

- Não é possível que isso seja tudo.

- Não, não é. Tudo é a não desistência, é o cumprimento do dever sem temor.

- Mas eu temo. Não sou sozinho, existem vidas e estruturas envolvidas.

- Ótimo, isso impulsiona melhor.

- Impulso?

- Sim impulso.

- Pra onde?

- Para o destino.

- Ainda isso...destino...

- Isso é o mais certo, seja o que lhe foi determinado. Seja aquilo que precisamos. Precisamos de um braço forte, de um instrumento, de uma fonte realizadora que promova inovações e benefícios.

- Mas quando isso ocorre e o ônus recai apenas sobre este braço?

- Sinal que é mais forte do que se mostra. Acredite.

- Como acreditar quando a mente já não se tranqüiliza?

- Mente fervente é mente saudável. Mantenha-a sã.

- Certo, e qual o objetivo?

- Já foi dito. Realize e acredite. Nunca se falou em facilidades, jamais será fácil cumprir com metas, objetivos e realizar ideais. Haverá sempre obstáculos, muralhas e montanhas a ser superadas. Acreditar e trabalhar com afinco fará com que os resultados apareçam. Frente ao maior obstáculo imaginado, olhe para trás e observe que na construção de uma história, de uma trajetória vê-se sempre o resultado de superação. Contam-se histórias apenas aqueles que sobreviveram ás batalhas. Quem não supera, não tem o que escrever e quem não têm o que escrever não tampouco terá o que contar e muito menos com o que aprender. Não existe sucesso sem construção, sem dedicação, sem sangue. Orgulhe-se apenas daquilo que superou, do aprendizado perante o erro e não se ofusque com a luz dos resultados que não deve brilhar em ti mas tão somente iluminar aos outros, ao meio, aos beneficiários e você...bem...você não é iluminado pela própria luz, aceite que deverá reconhecer a luz de outra fonte, assim jamais esquecerá que ninguém é auto-suficiente e sempre precisaremos saber que é preciso baixar a cabeça e reconhecer que hora somos doadores e noutra somos beneficiados, esta é a Lei, este o ciclo, este é o Giro da existência. Então exista e seja lembrado e por quando for lembrado, lembrado pelos seus e por aqueles dos seus e por quando ainda falarem de ti e da sua luta, a glória então perdurará.Agora vá, assuma seu posto neste campo de batalha da vida e lute como se fosse a última batalha!


Obs: Muitas vezes nos encontramos em verdadeiras encruzilhadas da vida, neste caso o que precisamos é definir o caminho. Nos conflitos existênciais sempre somos acometidos por pensamentos destrutivos e buscar o brilho interno, uma força ainda desconhecida é talvez uma tarefa dolorosa, porém necessária. Quem está na sua "pele" é só você. Por isso te cabe definir qual lado da encruzilhada tu caminhará sem esquecer que um lado é luz e outro é trevas. Não adianta fazer uni-duni-tê ou tirar no palitinho, porque a resposta está dentro de você. Acredite, está mesmo...não tema,